Aplicado de dentro de presídios pela Povo de Israel, o golpe envolveriam cinco policiais penais
A Operação 13 Aldeias foi deflagrada pela Polícia Civil, nesta terça-feira (22), contra o golpe do falso sequestro aplicado de dentro de presídios, pelo Povo de Israel, facção que teria surgido nas penitenciárias e que em dois anos já movimentou em torno de R$ 70 milhões. O modus operandi são extorsões e tráfico de drogas. Cinco policiais penais também são alvos da primeira fase da ação. Os 44 mandados busca e apreensão, bloqueios de contas correntes e bens de 84 investigados, além do afastamento dos cinco policiais penais, são cumpridos em seis cidades, Rio, São Gonçalo, Maricá, Búzios, Rio das Ostras e São João da Barra.
As investigações incluem o município de Apiacá (ES). Segundo as investigações da polícia, são apontados como chefes da facção, Avelino Gonçalves, o Alvinho; Jailson Barbosa, o Nem; Marcelo Oliveira, o Tomate; e Ricardo Martins, o Da Lua, que estão entre os alvos.
Segundo a DAS, o golpe do falso sequestro era realizado em três partes, sendo a primeira delas pelos chamados "empresários", que conseguiam os celulares usados dentro da prisão; os "ladrões", responsáveis por fazer ligações para as vítimas, imitando as vozes de pessoas que estariam sob poder dos bandidos; e os "laranjas", comparsas de fora da cadeia que recebem o dinheiro do crime. Cada um deles fica com 30% do valor obtido e o restante vai para a facção.
A operação tem apoio da Subsecretaria de Inteligência e Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que atua nos presídios onde estão as lideranças da facção. As investigações tiveram inicio há dez meses e identificaram um esquema complexo de lavagem de dinheiro por meio de laranjas e empresas fantasmas. A quadrilha já usou 1.663 pessoas físicas e 201 pessoas jurídicas para movimentar os valores obtidos com os crimes.
Histórico
Segundo as investigações da Delegacia Antissequestro (DAS), o Povo de Israel surgiu em 2004, a partir da desavença entre criminosos em uma rebelião. Atualmente, a facção conta com aproximadamente 18 mil presos e já ocupa 13 unidades prisionais - chamadas pelos detentos de aldeias. O número representa 42% do efetivo prisional e a base da quadrilha é o Presídio Nelson Hungria (Bangu 7), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste.