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ANP interdita P-53 por risco grave e iminente à vida de trabalhadores e ao meio ambiente

Publicada em: 17/04/2025 10:47 - Notícias Geral

Decisão ocorre após auditoria apontar falhas estruturais e de gestão na unidade

 

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANPdeterminou a interdição total da operação com hidrocarbonetos na plataforma P-53, operada pela Petrobras, na Bacia de Campos. A decisão foi após uma auditoria realizada entre os dias 8 e 17 de abril constatar riscos graves e iminentes à vida de trabalhadores e ao meio ambiente. 

De acordo com o relatório técnico da ANP, foram encontrados diversos desvios críticos de segurança, muitos deles semelhantes aos já identificados em uma interdição anterior da mesma plataforma, ocorrida em fevereiro de 2024. Entre os principais problemas estão a degradação severa de estruturas críticas, ausência de medições técnicas confiáveis, falhas na avaliação de danos e omissões no envio de relatórios técnicos fundamentais, como o Relatório estrutural por entidade especializada, que sequer foi encaminhado à agência.

Segundo o documento, vigas com grande degradação estrutural, inclusive aquelas que servem de suporte para tubulações de fluidos perigosos, foram ignoradas pela Petrobras nos relatórios apresentados. A ANP alerta que tais falhas comprometem diretamente a segurança em cenários de incêndio e explosões, colocando em risco  uma população a bordo (POBde 240 pessoas.

Para o diretor do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, a interdição da plataforma, embora preocupante, é uma medida necessária diante da falha reiterada da gestão da Petrobras em seguir protocolos de segurança. “A ANP fez o trabalho dela, que é garantir a segurança dos trabalhadores a bordo da unidade. A Petrobrás que não mostrou a competência que tem”, afirmou Vieira.

O sindicalista destacou ainda que a própria Petrobras realizou uma auditoria interna, cujos resultados teriam sido pressionados a sofrer alterações.  “Houve pressões sobre as equipes auditoras, e até um outro relatório, diferente, foi enviado pela área corporativa da empresa. O Sindipetro denunciou essa auditoria. Tudo isso foi verificado pela ANP, que identificou a continuidade de problemas na gestão de segurança da unidade” diz ele.

Segundo o Sindipetro NF a Petrobras tem capacidade técnica para garantir operações seguras, “mas falta vontade política da gestão da empresa para implementar medidas de segurança de fato eficazes”.

“A gente agradece à ANP por buscar levar a Petrobras à excelência que ela tem capacidade de alcançar. Tenho certeza de que é possível resolver os problemas e retomar a produção — que é expressiva, chegando a 83 mil barris por dia no pico recente. Mas segurança sempre em primeiro lugar” comentou.

 

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